As Comunidades de Aprendizagem e o Novo Papel do Professor
O Professor é um articulador fundamental na escola: deve apoiar a relação entre famílias, alunos e gestores. Ele deve acolher as diferenças e as considerar no processo de ensino-aprendizagem, reconhecendo que cada estudante aprende de uma forma diferente, tem um contexto próprio e precisa ser reconhecido como indivíduo. Deve ainda aprender a conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos.
O professor deve trazer a comunidade para a sala de aula, buscando aproximar os conhecimentos comunitários dos conhecimentos acadêmicos. Deve ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento e não apenas aquele que detém a informação. Ele deve atuar como um pesquisador, que provoca o aluno a ser também curioso e descobrir a partir de seus próprios questionamentos. Deve convidar o estudante a ver a realidade como seu objeto de estudo. Ele é um mediador que deve negociar os conhecimentos que todos têm e apoiar os estudantes a juntos sintetizarem o conhecimento compartilhado.
O professor deve olhar para o aluno de forma integral, buscando identificar suas diferentes dimensões formativas e como sua atuação – nessa função educadora -, responde ou dialoga com elas. Deve compreender quem são as famílias de seus estudantes e estabelecer diálogo com as mesmas, estreitando relações e criando vínculos que fortaleçam o processo educativo dos estudantes. Ele também deve ter o papel de aluno: deve aprender ao passo que ensina. Professor e alunos devem compartilhar os princípios éticos e a proposta do PPP da escola que vão nortear essa perspectiva de ensino-aprendizagem como um processo dialógico.
Para entender a formação integral dos alunos, ele deve desenvolver estratégias de trabalho colaborativo com outros professores da escola, criando espécie de comunidade de aprendizagem colaborativa entre professores. Juntos, eles devem compartilhar seus anseios e propor estratégias de trabalho que respondam às demandas que identificaram.
O professor deve elaborar estratégias de trabalho para dar protagonismo para a aula, para que o estudante possa participar ativamente como autor e proponente do seu próprio percurso pedagógico. Ele tem que pensar o projeto do seu aluno e apoiá-lo a alcançar esses sonhos. Junto aos estudantes, ele deve ser um avaliador contínuo de todo esse processo, estimulando que o estudante reconheça individualmente e com seus pares o que precisa fazer para alcançar seus objetivos individuais e objetivos coletivos – da turma, da escola e da própria sociedade.
Apoio aos Professores
Ele precisa de uma equipe pedagógica para ajudar a formar seu currículo em diálogo com o projeto pedagógico da escola. Por isso, é fundamental que o gestor organize em horas de planejamento o apoio necessário ao docente. Dessa forma, o gestor precisa convidar e trazer para troca de experiências e convivência professores que já participam de programas de Educação Integral. Convidá-los a apoiar a equipe docente da escola é uma estratégia importante para apoiar a equipe.
A equipe gestora deve estimular que seu corpo docente acesse novas propostas de práticas pedagógicas e que conheça novas formas de ensinar. Da mesma forma, o professor deve ter apoio para entender o que significam as avaliações externas (como o IDEB, Saeb) e como eles, professores, podem aprimorar suas práticas a partir dos indicadores.
O professor precisa receber opinião constante de seus gestores e coordenadores pedagógicos. A valorização de seu papel na escola passa diretamente pelo seu acompanhamento – ele não deve estar sozinho em sua função.
Por fim, o professor deve ter acesso à direção para discutir a necessidade de espaços e estrutura, para desenvolver atividades que não aconteçam apenas em sala de aula. Ele precisa se sentir autônomo para propor projetos e ações inovadoras que respondam às suas necessidades didáticas e de aprendizagem dos seus estudantes.
Escola Como Mundo Real
É fundamental que todos – família, professores, estudantes e direção -, mudem a concepção de que professores e estudantes são sempre ideais. É preciso “admitir” o mundo real, e compreender o professor e o estudante como sujeitos que vivem nesse mundo com seus conflitos e dificuldades.
Professor que não pode ter preconceito: deve reconhecer e admitir todas as culturas, estimulando que os estudantes também convivam e se relacionem com a diferença. Deve perceber que quando o aluno é autor e ator do processo de ensino-aprendizagem, ele se sente pertencente à escola.
O professor também é um ser humano e pode errar. Para tanto, é preciso transparência nessa relação. Ele deve poder admitir que aprende com seus alunos.
Defasagem dos Alunos: o Principal Desafio do Professor no Cotidiano
Como lidar com classes tão heterogêneas em conhecimentos e, ao mesmo tempo, respeitar o currículo das escolas?
Professores de todo o país apontam a defasagem dos alunos em relação à série em que estudam como o principal problema que enfrentam na hora de cumprir o currículo escolar. Esta é a conclusão da pesquisa “Conselho de Classe”, realizada pelo IBOPE a pedido da Fundação Lemann com mais de 1.000 profissionais de Ensino Fundamental e Médio em todo o país. Os dados apontam também que a indisciplina e o apoio psicológico aos alunos são reconhecidos como problemas urgentes nas escolas brasileiras, porém a defasagem é o grande desafio enfrentada no dia a dia por 51% dos entrevistados.
Esta ‘defasagem’ significa, na prática, que os professores se deparam com um cenário bastante complexo na sala de aula. Alunos com conhecimentos medianos, avançados e abaixo do básico em determinadas disciplinas compartilham a mesma classe, o que dificulta sobremaneira a tarefa do professor de ensinar e transmitir conhecimentos a todos.
Para complicar ainda mais a situação, em muitas escolas existem alunos com dificuldades crônicas de aprendizado, que passaram de ano mesmo sem ter conhecimentos essenciais sobre diversas matérias. Estes estudantes encontram grande dificuldade em acompanhar o ritmo da turma, sentem-se em constante estado de tensão e frustração e são habituais fontes de indisciplina.
Se para os alunos a defasagem traz danos ao processo de ensino, os professores também sofrem com a situação. Como será possível atender às necessidades de todos os alunos se cada um deles se encontra em um nível de compreensão diferente? Na correria do dia a dia escolar, será possível encontrar tempo para dar uma ajuda especial a quem mais precisa? Quem vivencia a realidade da defasagem na sala de aula bem sabe: se uma solução ao problema não for encontrada rapidamente, ele acaba gerando um ciclo vicioso em que todo o processo de ensino fica seriamente comprometido.
Alunos com conhecimentos abaixo da média exigem mais tempo e dedicação do professor, o qual sofre pressão adicional a fim de ensinar a classe da maneira mais homogênea possível. Por questões de tempo e comprometimento, muitas vezes os estudantes acabam não recebendo a atenção devida, ou então toda a classe termina por ser nivelada de acordo com os conhecimentos daqueles que têm maior dificuldade. São posições delicadas para qualquer educador.
Como Superar a Defasagem?
Primeiro é importante avaliar e identificar qual a causa da dificuldade de aprendizagem. É falta de motivação ou um problema cognitivo? Ou ainda, a forma como o conteúdo chega ao aluno?
Assim, identificado o problema, é importante também considerar que cada aluno tem sua própria forma de aprender. E é através do diálogo que o professor conhece o aluno, identifica como ele pensa e pode refletir sobre as modificações necessárias no processo para favorecer seu desenvolvimento. Ou seja, é preciso ajudar o aluno a estabelecer relações entre o conhecimento novo e o que já domina. E também valorizar o que ele sabe fazer bem, para que desenvolva o sentimento de autovalorização e sinta-se encorajado a enfrentar os desafios. Dessa forma, a escola deve avaliar o aluno e identificar seus pontos fortes e também as áreas que precisam ser mais trabalhadas. Além disso, é importante que este trabalho seja feito de forma diferenciada e não consista em mera repetição ou exercitação dos conteúdos não aprendidos.
Por isso reunimos aqui algumas estratégias para ajudar alunos com dificuldades de aprendizagem.
1) Desenvolver pequenos projetos: É uma estratégia para despertar a curiosidade dos alunos por algum tema ou assunto. Assim, é solicitado ao aluno que pesquise sobre determinado assunto e posteriormente o resultado dessa pesquisa seja a elaboração de um produto, como por exemplo, um painel, uma dramatização (jornal, teatro, música, etc), um jogo. Além da pesquisa, é possível também desenvolver projetos que resultem em mudanças na escola, como por exemplo, a coleta seletiva do lixo, a confecção de uma pequena horta e outras ações possíveis.
2) Tornar o material didático mais acessível: Algumas pequenas modificações no material didático podem tornar os textos mais atraentes e mais fáceis de serem compreendidos pelos alunos com dificuldades: por exemplo, usar fonte 14 nos impressos, usar ilustrações para reforçar o sentido dos textos e separar as informações apresentando-as uma em cada linha ou ainda ensinar o aluno a localizar e sublinhar as palavras que indicam as ações pedidas nas atividades.
3) Utilizar material concreto: Conteúdos que são abstratos podem ser compreendidos melhores quando podem ser visualizados: sempre que possível utilize maquetes, dioramas, modelos e representações que podem facilitar o processo. Muitos alunos são mais visuais e quando veem e podem pegar o conhecimento fica mais palpável.
4) Diversifique as estratégias: Apresentar o mesmo conteúdo de formas diferentes favorece que alunos com dificuldade possam compreender melhor. Assim, se o aluno não compreender da primeira vez, apresente novamente mudando a forma de falar. Também, é importante diversificar as estratégias e metodologias em sala de aula: utilizar vídeos, resolução de problemas, e outros recursos que possibilitem a participação ativa dos alunos.
5) Jogos e atividades lúdicas: Jogos e atividades lúdicas são capazes de, ao mesmo tempo, despertar o interesse do aluno e favorecer que construa conhecimentos. As atividades lúdicas podem ainda desenvolver a criatividade e favorecer que o aluno estabeleça vínculos positivos com o ambiente e os conteúdos escolares e que podem ser utilizados tanto para iniciar um tema, quanto para desenvolvê-lo.
Documentos Orientadores: Como Trabalhar em Sala de Aula com 6º anos e Alunos Laudados
Um dos maiores desafios da atualidade é proporcionar uma educação para todos, sem distinções, além de assegurar um trabalho educativo organizado e adaptado para atender às Necessidades Educacionais Especiais dos alunos. Nesse sentido, Borges (2005, p. 3, apud Bortolozzo, 2007, p. 15) afirma que “um aluno tem necessidades educacionais especiais quando apresenta dificuldades maiores que o restante dos alunos da sua idade para aprender o que está sendo previsto no currículo, precisando, assim, de caminhos alternativos para alcançar este aprendizado”.
Miranda e Filho (2012, p. 12) salientam que, “nesse processo, o educador precisa saber potencializar a autonomia, a criatividade e a comunicação dos estudantes, e, por sua vez, tornar-se produtor de seu próprio saber”. Após perceber que seu aluno tem algum tipo de transtorno, o professor deve ter uma atenção voltada a ele, elogiá-lo sempre por tudo que ele conseguir fazer ou pelo menos tentar fazer, incentivando sempre. O incentivo é fundamental, tendo em vista que para este é extremamente penoso à execução das tarefas proposta.
Para o auxílio dos métodos de ensino na sala de aula os profissionais Hallowell e Ratey (1999, p. 31) propõe algumas sugestões: saber ao certo que é uma criança com Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) que está lidando; buscar suporte para trabalho; interagir constantemente com a mesma; estabelecer limites de maneira simples e consistente e não de forma punitiva; buscar a qualidade e não a quantidade, alunos com DDA precisam de uma carga de trabalho reduzida; dividir as tarefas longas em curtas; valorizá-las, durante e após suas tarefas; ensinar de forma ilustrativa, atividades com desenhos e cores, as crianças aprendem melhor o que está escrito; simplificar o que é dito; desenvolver as responsabilidades delas; levar ao conhecimento dos colegas da sala sobre o distúrbio que o outro apresenta; interagir com os pais desta criança.
Segundo Berger (2001, p. 208):
As crianças com diagnóstico de TDAH precisam de ajuda para superar alguns fatores como: uma percepção confusa sobre o mundo social; o desprezo que sentem sobre si mesmas; um déficit de atenção e aumentar a capacidade de memória. Isto porque tais fatores podem ser decisivos como geradores de consequências desagradáveis ao processo de aprendizagem escolar.
O aluno com autismo ou TEA (transtorno do espectro autista), apresenta características variadas que comprometem, desde as suas relações com outras pessoas até a sua linguagem, necessitando, assim, de apoio no seu processo de ensino-aprendizagem. De tal modo, a oferta de escolarização para todos, na perspectiva de inserir os alunos com Necessidades Educacionais Especiais na escola regular, “aos poucos vem ocorrendo em nosso cenário educacional” (Carneiro, 2012, p. 13). Nesse sentido, os direitos educacionais devem ser estendidos à pessoa com autismo, conforme garantido na Constituição Federal; em seu Art. 205, em relação à educação como um direito de todos, bem como no Art. 206, inciso I, que estabelece igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Esses direitos também são previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), nos Arts. 58 e 59, que oferecem respaldo para que o ensino da pessoa com deficiência (e que apresenta necessidades educacionais especiais) seja ministrado no ensino regular, preferencialmente, assim como em decretos e documentos. Além disso, há direitos previstos no Art. 1º, no § 2º, da Lei nº 12.764/12, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, designando acesso à educação com as adaptações cabíveis que contemplem suas necessidades.
O TEA pode vir acompanhado de outros distúrbios, como depressão, epilepsia e hiperatividade. Apresenta-se em graus variados, desde os mais severos (em que a pessoa não fala, não olha, não mostra interesse algum no outro) até os mais leves, chamado de alto funcionamento (falam, são capazes de acompanhar estudo normal, desenvolver-se em uma profissão, criar vínculos com outras pessoas).
O aluno com o TEA aprende. Essas são as primeiras ideias que queremos enfatizar neste pequeno texto. A aprendizagem é característica do ser humano. O ensino e aprendizagem são dois movimentos que se ligam na construção do conhecimento. É uma construção dialógica e não interpretativa; expressão imanente da nossa humanidade, que abarca também o aprendente com autismo (Cunha, 2016, p. 15). O indivíduo com autismo encontra uma série de dificuldades ao ingressar na escola regular. Essas dificuldades passam a fazer parte da rotina dos professores e da escola como um todo. Uma maneira de melhorar a adaptação e, consequentemente, obter a diminuição dessa contingência trazida pela criança e promover sua aprendizagem é adaptar o currículo.
De acordo com Valle e Maia (2010, p. 23), a adaptação curricular se define como “o conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologia para atender as diferenças individuais dos alunos”.
A flexibilização do currículo é uma forma de estabelecer o vínculo e a cumplicidade entre pais e educadores, para que, no espaço escolar, ocorra a coesão de vontades, entre educadores e família, das competências estabelecidas para a educação do aluno com autismo. Essa revolução estrutural acontece através do manejo do currículo frente aos desafios enfrentados com a vinda da criança com autismo à escola regular. De acordo com Bosa (2002), a ausência de respostas das crianças autistas deve-se, muitas vezes, à falta de compreensão do que está sendo exigido dela, ao invés de uma atitude de isolamento e recusa proposital.
Atividades que auxiliam o processo de ensino-aprendizagem que agucem a sua consciência sensório motor, fino e grosso, como atividades que utilizem pinças, jogos com botões, garrafas pets, estimulando o toque em materiais fofos, como almofadas, entre outros. É provável que o aluno, no início de seu convívio com o professor, demonstre agressividade, desinteresse, porém, cabe ao educador criar estratégias que diminuam essas problemáticas e conduzir os conteúdos pertinentes ao seu desenvolvimento. Trabalhar com crianças com autismo é um desafio diário. O professor terá que perceber as dificuldades, as limitações e as potencialidades, gostos e estímulos que mais o auxiliarão a atingir os objetivos com esses alunos. As atividades lúdicas são importantes para o desenvolvimento social, cognitivo, a capacidade psicomotora e afetiva da criança autista, proporcionando o prazer de aprender e se desenvolver, respeitando suas limitações, assim, “tenho a tendência em definir a atividade lúdica como aquela que propicia a “plenitude da experiência”, (Luckesi, 2005, p. 27).
Crianças com Síndrome de Down costumam ter dificuldades de fala e linguagem. Por isso é comum as pessoas pensarem que elas não entendem o que ouvem. Assim, muitos adultos e professores deixam por exemplo de fazer perguntas ou não explicam à criança o que está acontecendo em certas situações. Por isso é importante fazer com que elas participem de conversas, deixando que falem por si mesmas.
Para a inclusão de crianças com Síndrome de Down nas escolas, a adequação da comunicação e linguagem são importantes, por isso os professores e colegas devem ouvi-los, olhar diretamente nos olhos, proferir frases curtas e claras, evitar palavras com possíveis interpretações diferentes, usar gestos e expressões visuais para reforçar o entendimento e motivar que falem e se expressem, assim a criança se sentirá mais à vontade para participar da aula e interagir com os colegas, aprendendo a responder, compartilhar, esperar e todos os demais comportamento de um ambiente de convívio social.
Muitas crianças com Síndrome de Down apresentam Deficiência Intelectual (DI), que resulta em maior dificuldade de raciocinar e compreender as coisas, bem como são afetadas as habilidades práticas e sociais; frequentemente apresentam períodos de concentração menores do que seus colegas. Também costumam ter mais dificuldade em processar diferentes demandas de uma vez (por exemplo: copiar e ouvir), o que inibe sua habilidade de concentração. Essas dificuldades são particularmente aparentes nos primeiros anos e muitas crianças pequenas podem se distrair facilmente, flutuando de uma atividade para outra. Tal quadro pode resultar em maior hiperatividade, inquietação e distração, aspectos essenciais para que consigam aprender os conteúdos.
Em vez de apenas reconhecer que estas características são comuns em crianças com síndrome de Down, podemos desenvolver estratégias que as ajudem a aumentar seu tempo de atenção e a ampliar suas capacidades cognitivas. Para isto, vale lembrar que, quanto menos definida e mais informal for a situação, mais difícil será para a criança pequena canalizar a atenção para uma atividade que dure.
Crianças com síndrome de Down respondem bem a estruturas e rotinas e são capazes de apreendê-las bem. Ensiná-las a rotina e a estrutura dos seus dias com o auxílio de recursos visuais, como fotografias e objetos de referência, pode ajudá-las a aprender. Por esses meios, elas podem entender melhor seu ambiente, aprender o comportamento apropriado para situações e atividades específicas e prever a próxima atividade. Ensine o aluno a seguir um quadro de horários, uma rotina e regras de modo explícito, dando tempo e oportunidades para que sejam aprendidos. Ofereça quadros de horário com imagens de atividades ou fotos da criança participando dessas ações; garanta que a criança esteja ciente da próxima atividade e use objetos de referência, como por exemplo, uma caneca para a hora do lanche. Mantenha a rotina sempre que possível. No caso de alguma mudança prevista, prepare a criança antecipadamente e informe os demais responsáveis que interagem com ela.
Outro tema importante em relação ao apoio é que mesmo aqueles estudantes que necessitam de muito apoio, não precisam ser ajudados o tempo todo. É importante que eles estejam bem inseridos no grupo e que sejam motivados a superar seus limites. O apoio, em muitos casos, pode ser dado pelos próprios colegas. Estratégias de trabalho em duplas ou pequenos grupos onde alunos com nível de aprendizagem próximos, mas distintos são incentivados a trabalhar juntos trazem excelentes resultados para o aprendizado de todos.
Faça um Plano de Aprendizagem Individual (PAI) para ter como alvo áreas específicas que precisem de atenção especial. Sugerimos que o Plano de Aprendizagem Individual parta dos objetivos de desenvolvimento propostos pela escola para a turma na qual a criança com síndrome de Down está matriculada. Decida qual o foco principal que você deseja que o aluno aprenda, ou seja, selecione os objetivos de aprendizagem que devem ser alcançados, verifique conteúdos relacionados a habilidades e conhecimentos adquiridos anteriormente e certifique-se de que as habilidades pessoais do aluno, como independência e cooperação com colegas, podem ser desenvolvidas. Note que não se trata de alcançar o mesmo patamar que os colegas de turma. Estamos propondo que o aluno avance em relação a ele próprio.
Em relação a alguns dos objetivos, isto poderá significar que a supere seus colegas de turma, e em outros ele pode ficar bem atrás dos seus colegas. O importante é que ele seja motivado e apoiado para avançar sempre na mesma direção dos seus colegas.
Para garantir que os alunos com síndrome de Down tenham acesso ao currículo, é possível que várias atividades e objetivos tenham que ser modificados e adaptados para o seu nível de compreensão e desenvolvimento.
Embora isso possa significar que o aluno com síndrome de Down esteja trabalhando em um nível muito diferente dos seus colegas, não significa que o assunto, tema ou objetivo seja diferente. Em alguns casos, pode ser necessária a adaptação para um formato de texto em leitura fácil, como foco em uma palavra-chave ou conceito específico. Em outros, pode significar simplesmente a oferta de apoio ou explicação adicional.
Como pessoas com síndrome de Down aprendem com mais facilidade por meio dos estímulos visuais, as atividades, ideias e conceitos devem ser diferenciadas e reforçadas visualmente. Sempre que possível, deve-se relacioná-los a experiências do dia a dia.
A linguagem frequentemente terá que ser simplificada e o vocabulário específico de certa área precisará ser esclarecido. Em várias ocasiões, será necessário acessar programas de estudo ou conceitos básicos de estágios anteriores. Métodos alternativos de registro dos trabalhos deverão ser considerados para compensar dificuldades na escrita. O ideal é montar sequências de imagens e/ou palavras e colá-las ou armazená-las nos livros do aluno, além de oferecer textos com espaços em branco para que ele complete.
Com o planejamento, professores podem se organizar a fim de garantir que os conteúdos escolares serão trabalhados da melhor forma possível.
Referências:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/sala-de-aula
https://silabe.com.br/blog/defasagem-dos-alunos-o-principal-desafio-no-cotidiano-do-professor/
http://www.movimentodown.org.br/
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